“Nós estamos vivendo um momento absolutamente excepcional na história política brasileira em que um governo interino conduzido ao poder por um processo cuja legitimidade tem sido cada vez mais questionável, toma uma serie de medidas que ameaça as conquistas históricas da democracia brasileira de pupulações tradicionais, dos mais pobres, de populações marginalizadas e a Universidade não pode assistir a isso tudo calada.”
Narrativa de Daniel Simião, Chefe do Departamento de Antropologia da UnB
Nas últimas semanas assistimos a um governo interino, alçado ao poder por um processo sobre cuja legitimidade pairam dúvidas cada vez mais eloquentes, tomar medidas que podem representar graves prejuízos à liberdade e aos direitos sociais e culturais, e que afetam, particularmente, o campo da educação, ciência e tecnologia. A extinção do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação; a proposta de desvinculação de receitas à educação e saúde; o fim das bolsas de auxílio permanência nas universidade públicas; a possibilidade de redução do alcance do Sistema Único de Saúde; a utilização, pela primeira vez desde o fim da ditadura militar, da Lei do Estrangeiro para ameaçar a livre expressão de professores e pesquisadores; a ameaça de maiores retrocessos na agenda ambiental; a perda de espaços institucionais e formas de representação de agendas de direito de minorias, como mulheres, negros, quilombolas, indígenas, povos tradicionais, direitos relativos à diversidade sexual, entre outros; são todas medidas que nos afastam de um projeto de sociedade mais justa, inclusiva e plural, nos aproximando de práticas autoritárias de nada saudosa memória.
Manifestação dos professores do DAN em defesa da democracia e da cidadania
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