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Segue materia publicada em 14/09/2016, no UnB noticias, sob o título de Abraçaço promove na UnB semana de prevenção ao suicídio

“Não se discute suicídio fora das rodas de conversa fechadas da Psicologia, então decidimos trazer o tema para a comunidade, que muitas vezes fica perdida ao chegar ou vivenciar a Universidade”, afirma a estudante de Psicologia e idealizadora do projeto, Amanda Régis.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio é a quarta maior causa de morte no mundo e, a cada dez casos, nove poderiam ser prevenidos com ajuda voluntária ou profissional. O dia 10 de setembro é considerado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

“Pensei o Abraçaço após um curso no Centro de Valorização da Vida. Estava no segundo semestre e o evento acabou nascendo de uma forma muito intuitiva – começamos com o abraço. Este ano, pudemos organizar mais eventos, com rodas específicas para estudantes negros e LGBT, por exemplo”, conta Amanda.

O primeiro evento do II Abraçaço foi uma caminhada pelo ICC em que voluntários distribuíram abraços. Antes da saída, os estudantes orientaram uns aos outros sobre como abordar o público e deixar as pessoas à vontade para quererem ser abraçadas ou não. “É importante lembrar que nem sempre o suicídio está ligado à não valorização das coisas boas da vida; os problemas psicológicos causam dor real e, ao abordarmos as pessoas, precisamos ser sensíveis a isso”, ensina a idealizadora do projeto.

Isabela Olinto e Vitor Gomes, também alunos de Psicologia, fizeram parte da primeira edição do evento. Segundo eles, foi uma experiência muito recompensadora. “Me lembro especialmente da reação do pessoal da limpeza e da jardinagem, que é muito invisibilizado”, conta Isabela. “Eles acharam que não iríamos abraçá-los, mesmo eles sendo parte da comunidade universitária”, completa a estudante.

“O abraço mais recompensador que dei na outra edição foi um em que a pessoa me respondeu com ‘obrigada, eu estava mesmo precisando’”, diz Vitor. “Espero poder fazer isso por alguém novamente”.

Prazos, responsabilidades, pressões sociais, cobranças. Apesar de possibilitar crescimento pessoal, a rotina acadêmica pode ser estressante. Mas há dúvidas sobre o quanto isso pode afetar a saúde de estudantes e trabalhadores e sobre que tipos de consequências esse estado mental pode acarretar. Por isso, acontece, nesta sexta-feira (1º), o seminário internacional Saúde Mental da Comunidade Acadêmica.

Com ênfase no debate sobre suicídio, o evento busca promover saúde mental e qualidade de vida no espaço universitário. As atividades ocorrem no auditório 3 da Faculdade de Ciências da Saúde (FS), das 8h30 às 18h. As inscrições são gratuitas e realizadas pela internet. O seminário tem como público-alvo discentes, docentes, técnicos administrativos e demais colaboradores da Universidade de Brasília. Confira a programação.

 

“Queremos identificar esse sofrimento mental, seja informalmente ou por dados obtidos a partir de algumas unidades, chegando a informações sobre angústia e depressão, culminando até em tentativas e atos de suicídio”, relata Maria da Glória Lima, coordenadora do Observatório de Políticas de Atenção à Saúde Mental no Distrito Federal (Obsam), que organiza a ação. O observatório é vinculado ao Núcleo de Estudos em Saúde Pública do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (Nesp/Ceam) da UnB.

A coordenadora explica que houve grande esforço para agregar diferentes unidades da Universidade em uma conversa acerca do assunto, na tentativa de mobilizar tantas pessoas quanto possível. “Esse primeiro evento tem o propósito de problematizar, conhecer um pouco essa questão de como anda a saúde mental da comunidade acadêmica em todas as suas esferas”, complementa Maria da Glória. Depois, o plano é avançar em ações estratégicas que possam melhorar a disposição psicológica e a qualidade de vida desse público”.

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