Este livro tem como horizonte reflexivo a educação como direito fundamental e sua busca incansável pela transformação social.
Esse tema se correlaciona com o impacto da diversidade social na convivência e interação harmoniosa em contextos educativos, na originalidade e inovação face à complexidade imposta pelo nosso tempo. É um conteúdo relevante para os setores público e privado e para a sociedade civil.
Cada capítulo da obra descreve experiências na implementação de políticas afirmativas na educação superior em diferentes países da América Latina, enfatizando as dimensões social e étnico-racial.
O trabalho aborda a importância das estratégias institucionais e a necessidade de envolvimento da comunidade educativa para transformar as desigualdades sociais no campo educacional. Também contribui com literatura especializada e normas vigentes. Da mesma forma, evidencia e convida a conhecer os diferentes contextos e diversas condições do corpo discente universitário.
Neste artigo, toma-se como dado discursivo a ementa e a bibliografia obrigatória de planos de ensino superior, visando contribuir ao debate sobre assimetrias de gênero na divulgação de conhecimento científico. A abordagem se insere nos estudos críticos discursivos de práticas institucionalizadas, cotidianas e naturalizadas que reafirmam desigualdades sociais no campo acadêmico. A proposta teórico-metodológica baseia-se nos conceitos de androcentrismo, despatriarcalização, paridade de gênero e pensamento latino-americano. Considerando o conceito básico de gênero situado, utilizam-se as categorias analíticas de léxico, interdiscursividade e intertextualidade. Como resultado, mapeiam-se formas de manutenção da primazia masculina e da sub-representação de mulheres, além de subordinações do gênero acadêmico ao burocrático.
Palavras-chave:
Androcentrismo; Pensamento latino-americano; Estudos críticos do discurso
Neste artigo analisamos alguns desdobramentos do silenciamento decorrente da prevalência da autoria masculina no estudo do pensamento latino-americano. Indagamos a reprodução de desigualdades de gênero, especificamente à sub-representação da autoria de mulheres no ensino superior e pós-graduado, e aportamos autorias desconhecidas no ensino convencional do pensamento latino-americano. Para essa discussão, exploramos dados resultantes de duas pesquisas: a primeira analisou nove edições do plano de ensino de uma disciplina de graduação sobre pensamento latino-americano; a segunda investiga autorias de mulheres do século XIX em publicações feministas e sobre movimentos de mulheres latino-americanas. Os instrumentos metodológicos de captura de dados são a revisão bibliográfica e documental; a última inclui a revisão de sites biográficos para compor os perfis autorais mencionados. Destacamos a incipiente inclusão da autoria de mulheres nos planos de ensino analisados e inventariamos 64 pensadoras, de 13 países latino-americanos.
Apresentação na 74ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SPBC, no dia 25.07.2022.